sábado, 23 de agosto de 2008

"A VIAGEM DE UMA MÃE", UMA HISTÓRIA QUE GANHOU O PULITZER.


A sensibilidade é para o fotógrafo a essência, que quando une com a paixão pela arte da imagem, gera um trabalho que comove e transcede a alma. O reconhecimento é a forma mais compensadora e incentivante para o profissional, que vai em busca do momento, do fato, e fazer parte do que chamamos de história. O prêmio Pulitzer concede todos os anos, no mês de abril, o reconhecimento em excelência aos profissionais do jornalismo, literatura e música. Criado em 1917, o prêmio recebe o nome de Joseph Pulizter, que defendia o jornalismo para os menos favorecidos. Quando decidi ser jornalista, pensei nas dificuldades e pedras que iria encontrar em um futuro próximo. Conseguir um lugar no mercado deixa qualquer estudante universitário com medo do que pode se tornar o diploma. Uma simples moldura de quadro muitas vezes significa quatro anos de frustração. No entanto decidi manter meu sonho, e ele foi alimentado por uma reportagem que foi uma injeção de ânimo. " A viagem de uma mãe", uma reportagem que ganhou o Pulizter em 2007, publicada pelo jornal "El Mundo" por Isabel Perancho. As duas repórteres Cythia Hubert e Renée C. Byer, acompanharam a luta de uma mãe contra o Neuroblastoma, um cãncer que levou a vida de seu filho caçula Dereck. O que tornou a reportagem surpreendente, foi que com o atual sensacionalismo em que o jornalismo encara e que muitas vezes perdeu sua credibilidade, esta reportagem deixou o sensacionalismo com um outro efeito. Um exemplo de amor e coragem em uma guerra que inúmeras famílias enfrentam por dia, o câncer.Frenche, mãe de Dereck, convidou as repórteres para acompanhar e documentar o impacto da enfermidade sobre sua família. Hubert e Byer, relataram cada hora, dia-a-dia, com imagens chocantes e uma extradordinária série de reportagens, publicadas no verão em o "Sacramento Bee", um periódico editado na Califórnia, Estados Unidos.A pergunta que surge é porque uma mãe iria expor a vida de seu filho que está por terminar? French explicou que as famílias que passam pela mesma situação precisam de apoio. Mãe de cinco filhos, teve de vender seu comércio, deixar sua filha menor de 6 anos com o pai, e dar menos atenção aos outros.Frenche, que ainda recebe ajuda psicológica para superar a perda do seu filho, criou uma fundação em sua memória “O desejo de Derek” – http://www.dereks-wish.com/ , com a finalidade de ajudar as famílias que passam por situações semelhantes. Esta história me incentivou a continuar tropeçando nas pedras, porque o que busco no jornalismo é tentar fazer uma diferença, mesmo que pequena.E percebi que são as formas de expressão que conseguem os melhores resultados, sejam elas através das imagens ou da escrita. Buscar a diferença é como no conto da estrela do mar, onde salvar a vida de algumas que iriam morrer na praia, pelo menos para aquelas iria fazer a diferença.
Confira a "Viagem de uma mãe" : http://www.pulitzer.org/year/2007/feature-photography/works/byer01_jpg.html

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