sábado, 30 de agosto de 2008

O ESPETÁCULO DA POLÍTICA

Abrir a página de política de jornal anda muito engraçado. Nem a de entretenimento tem divertido tanto quanto. Na época do vale tudo para abocanhar os votos dos queridos eleitores todo esforço é válido. A figura do empresário Oscar Maroni, candidato em São Paulo à vereador, fez campanha com duas mocinhas de biquíni e máscara em um dia ensolarado no viaduto do Chá, centro da cidade. Podíamos conferir o número para votar próximo ao umbigo das garotas escrito de pincel. Esta tática ainda não havia visto, agora sim posso afirmar que fazem mesmo de tudo para conquistar a simpatia das pessoas.
Não sei se ele vai conseguir eleitores com isso, mas ser manchete da Folha e destaque em diversos jornais do país foi certeiro. Aí me recordei de uma frase do Jô Soares: “Nunca faça graça de graça. Você é humorista, não político”. Oscar é dono da boate Bahamas, onde funciona um prostíbulo de luxo, ele não iria levar suas belas garotas para um espetáculo gratuito sem querer nadinha em troca, imagine. Confiram no link abaixo a matéria na Folha.

sábado, 23 de agosto de 2008

"OS TRISTES ACHAM QUE O VENTO GEME; OS ALEGRES ACHAM QUE ELE CANTA". Dito popular.





Como as pessoas tendem a enxergar apenas o lado negativo da vida é realmente incrível. Às vezes um pequeno problema é dramatizado, contextualizado e torna-se imensamente impetuoso. Socorro! A vida só é valorizada mesmo quando estamos enfrentando verdadeiros problemas, de fato, várias vezes ouvi dizer que a experiência de ficar apenas sentado no baquinho da entrada do hospital Sara Kubitscheck já era contestadora. A doença do séc.XXI é a depressão, são inúmeros jovens com depressão. Há um tempo atrás a maioria eram os mais velhos, hoje nem tanto. Lembro da minha mãe que fala sobre o conto do otimista e do pessimista. Ambos eram irmãos, um dia os pais cansados de ouvir as reclamações do pessimista resolveram mostrar a ele a visão do outro irmão sobre um mesmo problema. O pessimista chegou em casa e foi chamado para receber um presente, ao chegar no quintal se deparou com um belo cavalo, de pêlos sedosos. E ele reclamou: — Que chato, agora terei de limpar as fezes deste cavalo todos os dias, porque vocês não me deram um peixe?Já o filho otimista chegou em casa logo mais tarde, e os pais junto com o pessimista o chamaram para receber o seu. Ao chegar no quarto encontrou um saco de fezes do cavalo, e ele gritou emocionado: — Que maravilha! Ganhei um cavalo!Na verdade não foi bem isso que aconteceu, porém os pais puderam mostrar que há sempre as duas visões. Então uns encaram a vida de uma forma, outros não encaram, preferem reclamar.Os que reclamam, ficam na mesma ladainha durante meses até o problema cair no esquecimento.Os que encaram, solucionam e enxergam a vida de uma forma simples. Estes vivem mais, tem mais tempo para outros prazeres, tempo para namorar, para conversar sentado no meio fio da rua. Tempo para assistir desenho animado, ler um livro e falar bobagens. São no geral pessoas agradáveis, fáceis de conviver, aquelas pessoas feitas para casar.As livrarias hoje estão cheias de livros de auto-ajuda, são prateleiras cheias, alguns são considerados Best-sellers.Mas as pessoas que procuram estes livros não perceberam ainda que o próprio nome dele já diz tudo : somente você pode mudar sua vida. Não vão ser receitas que trarão mudanças, é o conhecimento do que acontece a sua volta e o que pode ser feito para melhorar que vai ajudar. Se existe receita para um casamento dar certo, os advogados da família estariam falidos. Assim como executivos, políticos, para a felicidade (ninguém no mudo seria infeliz) etc. Quer ler um livro? Leia livros que irão enriquecer sua cultura. Quer aprender a lhe dar melhor com as pessoas? Não fique parado, vá conversar. O diálogo é o que há. Ta infeliz? A questão é : o que é a felicidade para você? Seja qual for os problemas, há sempre duas visões para ele.

"A VIAGEM DE UMA MÃE", UMA HISTÓRIA QUE GANHOU O PULITZER.


A sensibilidade é para o fotógrafo a essência, que quando une com a paixão pela arte da imagem, gera um trabalho que comove e transcede a alma. O reconhecimento é a forma mais compensadora e incentivante para o profissional, que vai em busca do momento, do fato, e fazer parte do que chamamos de história. O prêmio Pulitzer concede todos os anos, no mês de abril, o reconhecimento em excelência aos profissionais do jornalismo, literatura e música. Criado em 1917, o prêmio recebe o nome de Joseph Pulizter, que defendia o jornalismo para os menos favorecidos. Quando decidi ser jornalista, pensei nas dificuldades e pedras que iria encontrar em um futuro próximo. Conseguir um lugar no mercado deixa qualquer estudante universitário com medo do que pode se tornar o diploma. Uma simples moldura de quadro muitas vezes significa quatro anos de frustração. No entanto decidi manter meu sonho, e ele foi alimentado por uma reportagem que foi uma injeção de ânimo. " A viagem de uma mãe", uma reportagem que ganhou o Pulizter em 2007, publicada pelo jornal "El Mundo" por Isabel Perancho. As duas repórteres Cythia Hubert e Renée C. Byer, acompanharam a luta de uma mãe contra o Neuroblastoma, um cãncer que levou a vida de seu filho caçula Dereck. O que tornou a reportagem surpreendente, foi que com o atual sensacionalismo em que o jornalismo encara e que muitas vezes perdeu sua credibilidade, esta reportagem deixou o sensacionalismo com um outro efeito. Um exemplo de amor e coragem em uma guerra que inúmeras famílias enfrentam por dia, o câncer.Frenche, mãe de Dereck, convidou as repórteres para acompanhar e documentar o impacto da enfermidade sobre sua família. Hubert e Byer, relataram cada hora, dia-a-dia, com imagens chocantes e uma extradordinária série de reportagens, publicadas no verão em o "Sacramento Bee", um periódico editado na Califórnia, Estados Unidos.A pergunta que surge é porque uma mãe iria expor a vida de seu filho que está por terminar? French explicou que as famílias que passam pela mesma situação precisam de apoio. Mãe de cinco filhos, teve de vender seu comércio, deixar sua filha menor de 6 anos com o pai, e dar menos atenção aos outros.Frenche, que ainda recebe ajuda psicológica para superar a perda do seu filho, criou uma fundação em sua memória “O desejo de Derek” – http://www.dereks-wish.com/ , com a finalidade de ajudar as famílias que passam por situações semelhantes. Esta história me incentivou a continuar tropeçando nas pedras, porque o que busco no jornalismo é tentar fazer uma diferença, mesmo que pequena.E percebi que são as formas de expressão que conseguem os melhores resultados, sejam elas através das imagens ou da escrita. Buscar a diferença é como no conto da estrela do mar, onde salvar a vida de algumas que iriam morrer na praia, pelo menos para aquelas iria fazer a diferença.
Confira a "Viagem de uma mãe" : http://www.pulitzer.org/year/2007/feature-photography/works/byer01_jpg.html

VOCÊ NÃO É UMA ILHA, MAS NEM POR ISSO SERÁ UMA SOMBRA.


“Somos desiguais em nossa constituição física e mental, como também não temos os mesmos direitos de usufruir dos prazeres dos quais uns e outros se beneficiam”.

“Em alguns aspectos, temos direito à igualdade e, em outros, também, o direito de ser diferentes. No mundo, somos iguais e diferentes, porém não temos o direito de ser indiferentes”.

Luiz Schettini Filho. Teólogo, filósofo e psicólogo clínico.



As frases citadas acima se referem a uma discussão interna que incomoda qualquer pessoa que a tenha. O direito de ser diferente e o desejo de ser sempre respeitado por isso. São diversas filosofias que discutem sobre as diferenças, mas são poucas as ações extraídas delas. Conviver com o outro não é fácil, embora o desejo de dar certo seja forte, o gênio cria barreiras que dificulta qualquer aproximação. Não é difícil encontrar alguém que conheça histórias de paixões e amores frustrados.Alguns vivem juntos anos sem morar debaixo do mesmo teto, são anos de namoro, mas quando dividem o mesmo teto, são meses, dias de casamento.
Na verdade nunca conhecemos o outro o suficiente para conviver, apenas passamos a respeitar, ouvi isso de vários casais que conviviam décadas em matrimônio.Respeitar os limites do outro é compreender os seus limites e limitar-se ao outro com os que ele possui. Na prática costumamos dizer “eu respeito o seu espaço e você respeita o meu”.Isso vale para qualquer um, mesmo porque o ser humano não é uma ilha.
O tema escolhido para a redação do ENEM em 2007 foi "O desafio de conviver com as diferenças". Muitos estudantes disseram ter achado "meio batido o tema", mas pelo contrário do que eles pensam, este é o desafio que enfrentamos no dia-a-dia com muita dificuldade.Na sociedade você dá de cara com seus opostos freqüentemente, e você passa a perceber que os opostos não se atraem sempre, costumam se repelir feito um elétron do próton. Batem de frente, discutem, mas é isso que contribui para a formação da personalidade, o problema é quando os dois se tornam indiferentes. Ser omisso à opinião dos outros não é a atitude mais aconselhável para evitar um confronto, o certo é enfrentar a questão, e se lhe incomodar, vá em frente.O respeito só é concedido quando é recíproco.
Acreditar e defender uma opinião são um direito seu, isso ninguém tira.Mas primeiro é necessário pensar no todo, tudo que está a sua volta, se vai prejudicar alguém com seu ponto de vista. Depois é saber se expor, muitas vezes não é a sua opinião que vale. E finalmente entrar no famoso consenso, aí ninguém vai te importunar pelo que defende. Mas ser a sombra de alguém é que não vale, muito menos ser indiferente a uma situação. Ao ter estas reflexões, percebi o que fazemos na maioria das vezes... Dizemos: Tchau, até mais ver, ficamos assim então...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

PLATÃO NESTA VIDA EFÊMERA...



Hoje foi difícil, a sensação de impotência tomou conta das minhas reflexões. Quando vi já estávamos na BR 040, um dia quente, muita vontade de conseguir a reportagem do ano. E durante a estrada de asfalto, através da janela podia-se ver as ruas sem calçamento. A cidade era cinza, as vezes vermelha, a poeira coloria as paredes das casas. Depois de perguntar inúmeras vezes o endereço, porque a prefeitura não emplacou nenhuma rua, encontramos a casa 132. Já nos esperavam do lado de fora, nos olharam como se fôssemos enviados de Deus. Que missão, como reagir e o que dizer, não havia o que dizer. Nem sabíamos se podíamos cumprir com algo. Mas entramos, e foi como se tivesse passado um filme em preto e branco na minha mente,sem fala, daqueles mudos. Mas a vontade de seguir em frente, mesmo derrotada, tirou as primeiras perguntas da minha boca. A entrevista revelou minha indignação, e ao mesmo tempo determinação. Tínhamos um novo gancho para a matéria, porém um que não gostaríamos de ouvir. Pensei no que podia ser feito, o que estaria ao alcance de um repórter.O peso da profissão que tenho seguido é uma tonelada, presa no fundo do mar. A onda de informações que colhemos daria um especial, daqueles de deixar muita água nos ouvidos.Ainda teremos um percurso dolorido, falta o médico, ele vai me lembrar porque não quis ser uma. Mas também vai aumentar minha dor de saber, e a verdade corrompe, o conhecimento assusta. Recordo das aulas de psicologia do terceiro período,a professora dizia: "procuramos um psicólogo para ouvir a verdade, e um amigo para ouvir o que desejamos ouvir. Por isso muitas vezes precisamos de um psicólogo, não porque somos loucos". Porque precisamos sair da "Caverna de Platão", mesmo que por minutos, e ouvir a realidade.Cheguei em casa cansada, sem palavras e os pensamentos a mil por hora.Fui dar uma volta,como faço de costume quando estou angustiada. Ando sozinha, sinto a brisa, vejo as luzes, os idosos na praça, a efêmera vida.Tudo fica mais fácil em uma foto de revista,jornal ou na TV em cores do seu quarto, pior é quando você quem tira ou filma...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

PELO SIM OU PELO NÃO, TENTAR JÁ É UMA CONQUISTA

As iniciativas que partem das mais diferentes maneiras na luta em prol dos menos favorecidos são sempre bem vindas. Mas hoje, uma em especial me chamou a atenção publicada no site da Superinteressante. Segue abaixo o link para que todos tenham a mesma oportunidade que eu em saciar o que considero uma BOA NOTÍCIA!


http://super.abril.com.br/blogs/planeta/97819_post.shtml#viewcoment