terça-feira, 22 de setembro de 2009

Quatro estações em um só dia: Curitiba


Camiseta de algodão, jeans, tênis confortáveis e uma blusa de frio a tira colo. Requisitos básicos para conhecer a cidade de Curitiba sem passar aperto com o clima. Calor, frio, sol, chuva e vento, tudo isso você vive em um só dia. Não é a toa que os curitibanos vivem repetindo para os turistas: quantas Curitibas cabem numa só Curitiba?
Minha estadia pela cidade foi curta, mas aproveitei para conhecer os principais pontos turísticos da sétima cidade mais populosa do Brasil. Para quem gosta de curtir o inverno, a cidade é ótima pedida. É a capital com a mais baixa temperatura média anual do país, por isso, nada de deixar o agasalho de fora. No primeiro dia de viagem o vôo atrasou cerca de uma hora. Chegamos por volta das 17h. Do aeroporto fomos parar em São José dos Pinhais, cidade mais próxima. Curitiba fica a uns 20 minutos dali. Com a grana curta oferecida pela faculdade, nossa opção era a estadia mais em conta!
Para não perder o dia, fomos ao cinema. O mais interessante era ter entrado na sala do Cinemark com bancos de couro sintético e uma tela gigante, vazia em plena sexta-feira. Sessão para duas pessoas. Tirando o fato de que nossas gargalhadas com o filme deram eco, foi o máximo. Não conseguiria nunca essa façanha aqui em Belo Horizonte. A noite em São José dos Pinhais pode ser comparada a um filme de faroeste. Nada além da fome e a saudade do meu namorado que deixei em BH me atingia. Para os solteiros, façam-me um favor, não vão para Curitiba, a cidade é totalmente anti-solteiros. Romântica por si só.
Conhecer Curitiba em um só dia e ainda apresentar minha pesquisa para o XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Universidade Positivo foi quase que uma missão impossível. Mas no final deu tudo certo. Levantamos às 5h30 da madruga. A neblina era linda de se ver. Na verdade não se via nada além dela, que permaneceu até umas 8h da manhã. Tomamos um café reforçado e fomos para o famoso ponto de ônibus em forma de tubo. Neles passam os Ligeirinhos. Você paga R$ 2,30 e troca de ônibus quantas vezes quiser. Foi aí que me perguntei: porque não implantam um sistema desses aqui em BH?
Enfim, tirando o fato de que ficariam pixados em menos de um dia, não seria a civilização de Curitiba. Ao chegarmos na Positivo, deparamos com o imenso teatro da universidade. Ele foi construído no ano passado, e tem a capacidade para 2,4 mil pessoas. Após a apresentação da pesquisa, fomos ao Centro da cidade para pegarmos a Linha Turismo. São ônibus Double-beckers (como os famosos ônibus londrinos) que passam por 25 pontos turísticos. É um city tour completo, com duas horas e meia de duração e sistema de som trilíngue que dá informações sobre os locais. O tíquete de R$ 20 dá direito a quatro paradas por dia. Mas você também tem a opção de comprar paradas avulsas. A Linha costuma passar de 20 em 20 minutos. Nessa hora ficamos um pouco perdidos, não sabíamos onde ir. Quatro lugares apenas entre as 25 opções. Como todo bom mineiro, curiosa por si só, perguntei a vários moradores os lugares mais bacanas. E seguimos nosso roteiro boca-a-boca. Primeiro fomos ao Jardim Botânico, que tem na entrada um jardim geométrico habitado por quero-queros. Aliás, você vê desses pássaros por todos os parques da cidade. Eles se multiplicam até em meio às ruas. Um deles quase foi atropelado pelo táxi na neblina. No Jardim Botânico tem uma estufa de vidro e ferro, inspirada no Palácio de Cristal de Londres. Dentro dela tem cerca de 50 espécies de plantas da mata atlântica. Muito linda a vista de cima da estufa. Nos jardins tem uma cascata d'água com a escultura de uma mulher muito bonita segurando o filho.
Em seguida, fomos para a Universidade Livre do Meio Ambiente. Quem tem medo de altura não é muito aconselhável. Na entrada, a impressão que se tem é a de estar andando no meio de uma imensa mata. A surpresa é que, quando menos se espera, a estrada de madeira acaba, e você depara com um extenso lago repleto de gansos, patos e cisnes. A vista de cima da Universidade é maravilhosa. A Ópera de Arame também vale a pena incluir no passeio. Ela possui uma impressionante construção metálica e transparente em cima de um lago. O teatro no interior dela é maravilhoso. Mas, quem faz a festa mesmo, é um restaurante que fica de frente. Nele, você pode alugar roupas típicas da região e fotografar. Além de provar de um delicioso vinho. Nossa última decida foi o parque Tanguá, que tem uma bela queda-dágua. Em Curitiba, não se anda muito tempo sem deparar com um parque. São 30 deles, uma média de 52 metros quadrados de área verde por habitante. No dia, tinha uma noiva fotografando no parque. Muitos turistas enfeitaram a paisagem das fotos ao fundo.
O museu Oscar Niemeyer chama a atenção de longe. Nele tem exposições, acervos com nomes como Di Cavalcanti, Portinari e Iberê Camargo. No fim da tarde, iluminado é mais bonito ainda. Você fica encantando com a construção do museu.
E para finalizar o passeio, se você é um daqueles que curte uma boa culinária, o bairro Santa Felicidade é uma atração à parte da cidade. Imigrantes italianos, ucranianos e alemães trouxeram para a cidade, a partir do século 19, muitas de suas especialidades culinárias. A comida italiana é a melhor pedida. Uma dica para quem quer economizar é deixar de lado o táxi e utilizar o ligeirinho. O coletivo é bem organizado e comfortável. E as distâncias entre um lugar e outro são bem grandes, por isso, táxi deixa o orçamento bem apertado. O passeio de trem pela cidade tem um site onde podem ser consultados os horários e preços: http://www.serraverdeexpress.com.br/.
E a última dica é para as mulheres: não vão de salto. É extremamente desaconselhável. Tirem o All Star do guarda-roupa e divirtam-se.

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